"Era uma vez um homem tão alto, tão alto, tão alto, que batia com a cabeça nas nuvens. Por isso ninguém sabia se ele usava chapéu.
Era uma vez uma mulher tão baixa, tão baixa, tão baixa, que usava os malmequeres como chapéu de sol.
O homem alto tinha um animal de estimação. Que seria? Uma girafa!
A mulher baixa também tinha o seu animal de estimação. Adivinham qual? Uma formiga!
O homem alto via-se aflito para arranjar um fato. Gastava cem metros de tecido. Além disso, nem todos os alfaiates gostavam de tirar medidas e de provar, pendurados no guindaste.
A mulher baixinha não tinha problemas para vestir bem por pouco dinheiro. Comprava roupas feitas nas lojas de bonecas.
O homem alto tinha de entrar de rastos no túnel onde dormia. Nunca teria dinheiro para comprar um arranha-céus onde coubesse, ao menos sentado.
A mulher baixinha tinha de usar um escadote para subir o único degrau do rés-do-chão em que morava.
O homem alto era um grande polícia sinaleiro. Mas só de aviões. A mulher baixinha era uma grande médica. Mas só tratava doenças dos pés.
Um dia, a mulher baixinha foi chamada para ver uns pés que pertenciam a um corpo que nunca mais acabava. O doente ficou espantado com aquela médica que mal chegava à altura de um sapato.Pediu-lhe licença para a erguer no ar.
Então,frente a frente, sorriram ao repararem que eram tão parecidos – tinham amboscabelos ruivos, olhos verdes, três sardas na ponta do nariz." Luísa Ducla Soares
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