quinta-feira, 8 de novembro de 2007

TUDO AO CONTRÁRIO

A propósito de intenções contrárias, li esta poesia à turma.

O menino do contra
queria tudo ao contrário:
deitava os fatos na cama
e dormia no armário.

Das cascas dos ovos
Fazia uma omelete;
para tomar banho
usava a retrete.

Andava, corria
de pernas para o ar;
Se estava contente
punha-se a chorar.

Molhava-se ao sol
secava na chuva;
e em cada pé
usava uma luva.

Escrevia no lápis
com um papel;
achava salgado
o sabor do mel.

No dia dos anos
teve dois presentes:
um pente com velas
e um bolo com dentes.

Poesia Popular
Luísa Ducla Soares

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