terça-feira, 6 de novembro de 2007

Resposta


Na sequência do post INDIGNAÇÃO, relativo ao abate de pinheiros nesta escola em Sobrado, e, de um email enviado ao Departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Valongo, recebemos esta resposta escrita. Nem sempre as pessoas têm atitudes como a da Dra.Clara, que eu felicito e, da qual
, publicito aqui o seu teor.


Exma. Senhora Coordenadora

Respondemos, para melhor esclarecimento quer de V. Exa. quer da autora do “Desabafo”, a propósito do abate dos pinheiros da Escola de Paço, uma vez que os comentários feitos manifestam um total desconhecimento das razões que sustentaram o procedimento da C.M. Valongo e colocam em causa um trabalho sério de Educação Ambiental que tem vindo a ser desenvolvido e distinguido nos meios da especialidade.

A decisão do abate foi devidamente ponderada e tecnicamente justificada, tendo em atenção diversos factores, em particular o da salvaguarda da saúde pública - neste caso de menores. Há vários anos que procedemos ao controlo da processionária nos recintos escolares, através de tratamentos específicos, contudo, nos últimos dois anos verificamos que o ciclo de vida destes animais tem-se alterado por razões que julgamos ligadas às alterações climáticas e que tão claramente temos vindo a sentir. Acontece que vistorias feitas na mesma data detectaram lagartas nos estádios 1º e 2º, isto é, em dois ciclos temporais diferentes, e na parcela de terreno adjacente foram identificados espécimes no 3º estádio, pior fase de contacto.

Tal situação demonstrou que a eficácia do tratamento não poderá ser garantida na totalidade, dado os diferentes ciclos verificados ( o tratamento só é eficaz numa fase muito precisa do processo de criação), mantendo-se o perigo de ocorrência de situações graves ( são conhecidas situações de internamento por alergia, ingestão das lagartas com pelos urticantes, etc).

Assim, considerando o teor do parecer técnico de uma empresa especializada; o facto do problema ser cíclico ( e em períodos cada vez mais curtos ); as inúmeras reclamações por parte da comunidade e os antecedentes registados, foi decidido o abate dos pinheiros em causa e a sua substituição, na parcela contígua à Escola, por espécies nativas sem esse tipo de problemas.

Compreendem naturalmente que gerir o Ambiente de forma responsável, implica muitas vezes tomar decisões que aparentemente contrariam o conhecimento comum.

Julgamos, com o exposto, ter esclarecido as dúvidas acerca do assunto. E manifestamos total disponibilidade para satisfazer quaisquer questões que possam vir a surgir.

Aproveitamos ainda esta oportunidade para convidar toda a comunidade da Escola do Paço para a plantação das árvores na parcela em causa, prevista para o dia 22 de Novembro. A Autarquia assinala o Dia da Floresta Autóctone com actividades nos dias 22 e 23/11. Sobre este assunto será, em breve, feito contacto telefónico.

Com os melhores cumprimentos,

Clara Castro Poças

(Directora Departamento Ambiente e Qualidade de Vida)

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