sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A Expressão Plástica no Jardim de Infância


Por vezes as crianças vão para casa com a bata salpicada de tinta e, as mãos borratadas de marcadores...

Alguns encarregados de educação ficam muito admirados e, se calhar, pouco agradados com tal sujidade. Mas…é natural!
As actividades no Jardim de Infância passam por várias áreas de conteúdo, ou seja, diferentes aprendizagens que passam pela realização de actividades variadas. As crianças aprendem mexendo, experimentando, descobrindo, AGINDO.
Assim, o desenho, a digitinta, a pintura, a estampagem, o recorte e colagem, são técnicas de expressão plástica a duas dimensões, empregues na Educação pré-escolar.
Mas, a expressão pode ser tridimensional, por isso há a modelagem (de barro, plasticina, pasta de papel…) e o aproveitamento de materiais de desperdício (caixas de papel, frascos, tampas). A juntar a toda esta experiência há a imaginação infantil, um primeiro contacto com formas de manifestação artística, o prazer de realizar um trabalho.
É através da expressão plástica que, com prazer, é desenvolvida a motricidade fina na criança. A par da utilização dos materiais,começa a tentar representar o que lhe vai na mente. Através desta expressão a educadora tem alguma percepção do desenvolvimento da criança. De uma forma geral,no desenho, até aos 3 anos é a idade das garatujas (traços longitudinais que, com o tempo, se vão tornando circulares). Só depois desta fase começa a surgir a tentativa de desenhar a figura humana, que se limita à cabeça. Entre os 3 e os 4 anos a criança começa a desenhar o
ser humano reconhecível, com pernas e braços. Dos 4 aos 5 anos o desenho infantil começa a apresentar a figura humana com mais detalhes. (Como este do Ricardo).
A expressão plástica pretende dar livre iniciativa à criança na "arte" de representar e comunicar.

Tem a bata com tinta? é sinal que o seu filho experimentou e esteve activo. Aos poucos, o cuidado com a roupa e, a destreza manual tornarão a criança mais asseada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Li o texto com bastante agrado. É importante que pais e encarregados de educação tenham essa percepção, que quando filho chega a casa com a bata suja ou com as mãos borratadas é sinal que trabalhou, que experimentou e que vivenciou algo de forma diferente. outro aspecto que acho importante salientar é que no Jardim de inf. os desenhos e as pinturas não servem para as crianças estarem " entretidas" há todo um trabalho pedagógico implicito que faz a criança crescer e aprender numa perspectiva socioconstrutivista. Por isso, quando as crianças chegam a casa e dizem que pintaram uma árvore, além de terem pintado e experimentado técnicas e actividades diferentes e motivadoras é bem provável que por trás desta pintura esteja uma história sobre àrvores ( onde se trabalhou a linguagem, educação para o ambiente), uma canção ( onde se explorou a cadência, a linguagem, a matemática, a música etc.), uma dança onde se trabalhou a motricidade global ou um teatro onde se explorou a imaginação, a expressão dramática a linguagem etc. Por isso, mesmo que as crianças digam que apenas brincaram e pintaram na escola é certo que por trás dessa brincadeira esteja um manancial de aprendizagens...