Filho de um modesto sapateiro e sua mulher, teve uma infância muito pobre. Mas, apesar dessa condição, seu pai encenava pequenas peças em teatros de papelão e contava-lhe as mais lindas histórias, que fizeram o encanto do pequeno Andersen. Frequentou a escola, como as crianças do seu tempo, mas andava muito só. Era um garoto tímido e educado que demonstrava uma sensibilidade e uns gostos diferentes da pequenada da sua idade. O teatro fascinava-o.
Em 1814, quando tinha apenas 9 anos, morre o seu pai. A vida complicou-se!
A mãe teve que redobrar o seu trabalho e, mesmo ele, teve que ir trabalhar muito jovem para ajudar no sustento da família. A sua intenção de ser actor continuava em mente mas, sua mãe, achando tal uma fantasia tornou-o aprendiz de alfaiate.
Foi assim que, decidido a mudar de vida , apenas com 14 anos partiu para Copenhague.
Uma vez lá chegado, iniciou-se um período de maior dificuldade...passou fome, viveu na miséria, sofrendo maus tratos e múltiplos enganos. Aí não havia ninguém que o conhecesse e o protegesse e ele era muito jovem. Teria que lutar sozinho, como aliás o fez. Se algumas portas se fechavam, algumas se abriram como foi o caso de um célebre professor e Director do Conservatório a quem Andersen procurou e a quem impressionou com as suas declamações e o seu canto. Se esta foi uma óptima ajuda, um velho poeta de nome Guldberg foi-o também. Para além do aspecto financeiro o poeta franqueou-lhe a entrada na sua Biblioteca, ajudando-o a estudar e a escrever. E Andersen lançou-se a escrever...a escrever Tragédias...
Aventurou-se a enviar uma delas para ser lida pelo Director do Teatro. Assim conseguiu uma bolsa de estudos e concluiu em 1828 o Liceu, tendo já a esse tempo publicado um conto - "O Urso moribundo". Nesse mesmo ano ingressa na Universidade de Copenhague. Terminado o seu curso os amigos recomendam-no ao Rei, que lhe concedeu nova bolsa de viagem para prosseguir a sua formação.
Andersen era uma figura controversa e, se muitos o admiravam, outros tantos o apelidavam de louco, talvez pela sensibilidade do seu carácter.
Viajou muito entre 1833 e 1834 desde Itália , França até Turquia e Alemanha. Nessa altura contactou com escritores consagrados e ele próprio tornava-se um escritor notado.
A partir de 1833, publica obras dramáticas, diários, apontamentos de viagem e romances, mas foi pelos Contos Infantis que ficou famoso.
Das muitas viagens, em 1866, já então escritor reconhecido em todo o mundo, visitou Portugal, percorrendo Lisboa, Coimbra, Sintra, Buçaco e Setúbal. Em Lisboa conviveu com António Feliciano de Castilho, com quem veio a corresponder-se.
Das suas impressões "portuguesas" nasceu o Conto "No pátio".
Andersen escreveu e publicou um total de 156 contos. Desses destaco "O patinho Feio", "O soldadinho de Chumbo", "A pequena Sereia", "O Abeto", " A roupa nova do Imperador", "A Polegarzinha" e "A menina dos fósforos"entre outros.
Hans Christian Andersen faleceu a 4 de Agosto de 1875. As suas histórias continuam a ser lidas e contadas em várias línguas tanto a crianças como a adultos.
Em homenagem ao dia do seu nascimento, a 2 de Abril de cada ano comemora-se o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil.
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