O dia internacional da biblioteca escolar é celebrado todos os anos na 4ª segunda-feira do mês de Outubro.
No dia comemorativo, 22 de Outubro, li a história " O Alfaiatezinho Valente" aos 22 alunos da turma. Eles adoraram ouvir a história e deliraram a ver as imagens. De seguida, recontaram-na oralmente e desenharam o personagem favorito...
Deixo-vos agora um texto de Maria Natália Miranda "O livro abandonado" que captou a minha atenção.
O LIVRO ABANDONADO
O livro estava caído à beira do caixote, atirado fora como coisa inútil.
-Tenho ainda tanto que dar. -dizia ele para si. - E aqui me vejo sem préstimo nenhum. Só por fora é que estou assim feio e desajeitado, mas por dentro ainda me sinto jovem. Tenho nas minhas folhas sonho e alegria e bem podia ainda fazer a felicidade de qualquer criança que me lesse.
E tanto me esforcei na vida. Tanta coisa fui, tantas transformações sofri...
Primeiro fui arvorezinha, nascida e criada nos montes, entre giestas, urzes, ninhos e pardais. Depois de alta e incorporada, chegou um serrador, cortou-me e levou-me para a fábrica, onde me vi transformada em papel. Da fábrica passei para uma tipografia. Aí as minhas folhas brancas foram impressas. Os escritores escreveram nas minhas páginas e os desenhadores ilustraram as minhas folhas. Depois de agrafado, cosido e colado, transformei-me neste livro, agora já sem graça.
E o livro, abandonado atrás do caixote, suspirou: - Ai de mim! Ai de mim!
Já de seguida, um outro texto da mesma autora.
NOVO, OUTRA VEZ
E enquanto o livro lamentava a sua triste sorte passou por ali um menino, um menino que nunca teve um livro de sonho. Só os de estudo. Olhou aquele livro de capas velhas, apanhou-o, desfolhou-o e levou-o para casa.
- Mãe - disse logo que chegou.- Tem aí um pedaço de pano bonito para eu forrar este livro?
- Vou ver.
A mãe deu-lhe uma tira de tecido vermelho.
O menino passou parte da tarde e parte da noite a colar as folhas e as capas do livro; depois do trabalho feito, recostou-se num banco e abriu-o com gosto.
E foi com ele através do tempo, ao encontro de Reis e rainhas, de fadas e gnomos, de estrelas e astronautas, de coisas e animais que falavam como gente.
E durante muito tempo, o livro foi o melhor amigo daquele menino que nunca tinha tido um livro de sonho.
Autora: Maria Natália Miranda
"Beija-flor" - Editorial o livro
Se não tiverem um livro de sonho, procurem-no numa biblioteca e transformem o sonho realidade, durante algumas horas...
No dia comemorativo, 22 de Outubro, li a história " O Alfaiatezinho Valente" aos 22 alunos da turma. Eles adoraram ouvir a história e deliraram a ver as imagens. De seguida, recontaram-na oralmente e desenharam o personagem favorito...
Deixo-vos agora um texto de Maria Natália Miranda "O livro abandonado" que captou a minha atenção.
O LIVRO ABANDONADO
O livro estava caído à beira do caixote, atirado fora como coisa inútil.
-Tenho ainda tanto que dar. -dizia ele para si. - E aqui me vejo sem préstimo nenhum. Só por fora é que estou assim feio e desajeitado, mas por dentro ainda me sinto jovem. Tenho nas minhas folhas sonho e alegria e bem podia ainda fazer a felicidade de qualquer criança que me lesse.
E tanto me esforcei na vida. Tanta coisa fui, tantas transformações sofri...
Primeiro fui arvorezinha, nascida e criada nos montes, entre giestas, urzes, ninhos e pardais. Depois de alta e incorporada, chegou um serrador, cortou-me e levou-me para a fábrica, onde me vi transformada em papel. Da fábrica passei para uma tipografia. Aí as minhas folhas brancas foram impressas. Os escritores escreveram nas minhas páginas e os desenhadores ilustraram as minhas folhas. Depois de agrafado, cosido e colado, transformei-me neste livro, agora já sem graça.
E o livro, abandonado atrás do caixote, suspirou: - Ai de mim! Ai de mim!
Já de seguida, um outro texto da mesma autora.
NOVO, OUTRA VEZ
E enquanto o livro lamentava a sua triste sorte passou por ali um menino, um menino que nunca teve um livro de sonho. Só os de estudo. Olhou aquele livro de capas velhas, apanhou-o, desfolhou-o e levou-o para casa.
- Mãe - disse logo que chegou.- Tem aí um pedaço de pano bonito para eu forrar este livro?
- Vou ver.
A mãe deu-lhe uma tira de tecido vermelho.
O menino passou parte da tarde e parte da noite a colar as folhas e as capas do livro; depois do trabalho feito, recostou-se num banco e abriu-o com gosto.
E foi com ele através do tempo, ao encontro de Reis e rainhas, de fadas e gnomos, de estrelas e astronautas, de coisas e animais que falavam como gente.
E durante muito tempo, o livro foi o melhor amigo daquele menino que nunca tinha tido um livro de sonho.
Autora: Maria Natália Miranda
"Beija-flor" - Editorial o livro
Se não tiverem um livro de sonho, procurem-no numa biblioteca e transformem o sonho realidade, durante algumas horas...
1 comentário:
Ao ler esta história viajei de novo à minha infância... Conhecia a história não sei se dos livros escolares se de algum livro que a professora levou, mas lembro-me de ter ficado maravilhada com a história.Tal como hoje.
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